Nos dias atuais a ansiedade tem chamado muito a atenção. Em primeiro lugar, precisamos saber que a ansiedade faz parte do processo normal do desenvolvimento humano, podendo estar presente em todos os períodos do ciclo vital. Todavia, em alguns momentos da vida, a ansiedade é mais intensa que em outros e, dependendo do período, ela é considerada como um estado emocional esperado, como: mudança de emprego, espera do resultado de um concurso ou exame médico, casamento, nascimento de um filho, entre outros.
Para as mulheres, a gestação é um período em que surge uma ansiedade natural, decorrente das alterações próprias da fase, sendo essas de ordem psíquica, social, física e biológica. Nesse contexto, podemos citar como mudanças físicas e biológicas e seus sintomas, os seguintes: enjôo, vômito, inchaço, azia, sonolência, aumento do apetite e do peso, dores na coluna, cansaço, etc.
Dentre as de ordem psíquica e social estão: temor, insegurança, sentimento de desamparo, ansiedade, receio de perder a beleza física, mudança dos hábitos, horários e atividades, e outros. Há ainda o aumento da sensibilidade, mudança nas emoções, alterações na pele e nos seios e o surgimento de varizes.
Há também fatores não relacionados diretamente à gravidez que podem aumentar a ansiedade nesse período, como: problemas financeiros, familiares, de relacionamento, etc.
Na sociedade atual, é comum os casais adiarem o nascimento dos filhos, privilegiando a estabilidade profissional, sendo cada vez mais freqüente a gravidez depois dos 40 anos e, como decorrência, o medo de que o filho nasça com alguma má-formação ou deficiência.
Algumas grávidas sentem-se incapazes de interromper o consumo do cigarro, e outras têm a preocupação de como lidar com o tratamento que estejam fazendo com algum medicamento controlado. Muitas não se sentem aptas para cuidar, amamentar e fazer a higiene do bebê.
Com a proximidade do parto, a ansiedade tende a aumentar, pois existe o medo das dores características, da possibilidade de um parto prematuro ou de que algo aconteça com ela ou o bebê, além da expectativa de mudança de rotina da vida.
Durante a gestação, a mãe atribui identidade ao bebê, conferindo-lhe expectativas e sentimentos quanto ao sexo, nome, características físicas e psicológicas, e outras, além de interagir com ele, iniciando o vínculo afetivo.
Se durante a gravidez a mulher se sentir tomada por muita tristeza (como decorrente de luto ou depressão, por exemplo) ou se não houver nenhum entusiasmo na preparação da chegada do bebê, é hora de buscar ajuda especializada. Pesquisadores têm alertado que a ansiedade elevada na gestação pode trazer consequências, não só para a gestante, como também para o feto/bebê.
É importante ressaltar que o apoio emocional do marido à esposa durante o período da gravidez contribui para que ela tenha uma melhor adaptação ao processo de gestação e do parto.
E, por último, fazer um curso para gestantes com especialistas da área da saúde, é altamente recomendável, pois eles orientarão os futuros papais sobre os cuidados com o recém-nascido.
Autora: Cleide F. Redondo - Psicóloga Clínica
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