segunda-feira, 31 de julho de 2017

SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO MATERNO (SMAM): 1 a 7 DE AGOSTO

De 1 a 7 de agosto, comemora-se a Semana Mundial de Aleitamento Materno. Esse ano o tema será “Proteger a amamentação: construindo alianças sem conflitos de interesses”.

Em 2017 o tema se relaciona com a criação de alianças que busquem alcançar o objetivo 17 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável: fortalecer os meios de execução e revitalizar a Aliança Mundial para o Desenvolvimento Sustentável.

Essa é uma campanha que tem como objetivos a proteção, promoção e apoio da amamentação visando aumentar e consolidar as taxas de aleitamento materno, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento.

Considerada um veículo para promoção da amamentação, faz parte de uma história mundial focada na sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança.

Desde sua criação em 1948 que a Organização Mundial de Saúde – OMS, tem entre suas ações, aquelas voltadas à saúde da criança, devido à grande preocupação com a mortalidade infantil.  Foi fundada em 1991 a Aliança Mundial de Ação pró-Amamentação – WABA (World Alliance for Breastfeeding Action). Essa Organização criou no ano de 1992 a Semana Mundial de Aleitamento Materno e envolve mais de 120 países.

A Organização Mundial da Saúde (ONU) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) querem chamar a atenção para as vantagens da amamentação e os problemas que as mulheres enfrentam para alimentar seus bebês de forma natural.

De acordo com a OMS, o aleitamento materno é a melhor forma de fornecer ao recém-nascido todos os nutrientes necessários para o crescimento saudável. O leite materno promove o desenvolvimento sensor e cognitivo da criança, além de protegê-la contra doenças crônicas e infecciosas. A orientação é que o bebê receba somente o leite materno até os 6 meses, e que depois seja associado a outros alimentos, até que a criança complete dois anos ou mais. A amamentação exclusiva reduz a mortalidade infantil por enfermidades comuns da infância, como diarréia e pneumonia, ajuda na recuperação de enfermidades, e aproxima mãe e bebê em um laço que transmite calma e segurança para a criança.

A amamentação, apesar de ser um ato natural, é um comportamento a ser aprendido. Muitas mamães tem dificuldades, mas sabemos que grande parte delas necessita de encorajamento e apoio para amamentar.

Iniciativas como essa, da Semana Mundial de Aleitamento Materno, são essenciais para garantir a conscientização da sociedade sobre a importância da amamentação, e demonstram a necessidade de investimento em campanhas que rompam com conceitos errados, que muitas vezes levam a mãe a desistir de amamentar por falta de conhecimento e apoio.

Fontes: Sociedade Brasileira de Pediatria, Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network (IBFAN), Aleitamento.com, Waba.

sábado, 29 de julho de 2017

FRALDAS DE PANO: PRESERVANDO O MEIO AMBIENTE

Nos dias em que tanto se fala sobre cuidar do meio ambiente e ter atitudes sustentáveis, trazemos uma alternativa às fraldas descartáveis: as fraldas de pano. Evitam o lixo acumulado com a enorme  quantidade de fraldas descartáveis, que se acumulam contaminando e poluindo o meio ambiente.
Os modelos oferecidos hoje são mais modernos e práticos. Diferentes de um pano preso com alfinetes, envolto por calça plástica como eram no passado, agora possuem fechos de botões ou velcro ajustáveis.

Existem versões de fraldas com absorventes ,que podem ou não ser retirados para lavar. A que permite remoção, possui um bolso onde é inserido o “recheio” da fralda, que pode ser um absorvente de flanela ou outro tipo de forrinho.

O tecido da camada externa pode variar: algodão, plush, malha ou poliéster, que tem como vantagem a rapidez da secagem.

As fraldas também podem ser de diferentes materiais, tendo como opções: 100% algodão ou tecidos esportivos como dry fit e poliamida – tecidos de secagem rápida e resistência à lavagem  em máquina.

Qual a quantidade de fraldas?

Para começar a usar fraldas de pano, teste algumas opções antes de comprar um monte de fraldas, para ter certeza que o seu bebê se adaptará a elas.

Quanto aos números, a quantidade de fraldas necessárias varia de acordo com a quantidade de trocas, freqüência das lavagens e modelos. Se forem da marca “bebê ecológico”, por volta de 20/25 forrinhos absorventes, 20 capas anti-vazamento ,mais ou menos e 15 capas externas são suficientes para uma lavagem a cada três dias , em média

Modelos

- Com bolso: pocket. Coloca-se um absorvente no bolso.

- Capa: algumas são usadas sobre fraldas, outras sobre absorventes e outras, as capas com suporte, usam o absorvente dentro de um plástico.

Como usar?

Para utilizar, basta montar a fralda. Para isso, insira o recheio no bolso com cuidado, para evitar que fiquem espaços vazios nas laterais (isso pode provocar vazamentos). Além disso, é importante ter atenção ao ajuste dos elásticos e botões, para que a fralda fique na medida certa do seu bebê.

Pomadas para assaduras não são recomendadas por grudar e manchar o tecido. Se aparecerem pontos vermelhinhos (assaduras), usar pomada menos gordurosa. Colocar um forrinho ou absorvente de algodão bem fino para formar uma barreira entre a fralda e o bebê.

Como lavar? 

- Acumular aproximadamente 10 fraldas.

- Podem ser armazenadas em balde com água, que deve ser trocada todos os dias.


- Enxaguar no tanque ou máquina.

- 1º ciclo enxaguar com bastante água; depois juntar as outras roupas sujas e aplicar lavagem normal.

- Uma outra opção é lavá-las uma por uma, a mão, de acordo com o uso diário – essa forma é recomendada para pessoas que tem poucas fraldas, assim rapidamente você terá a fralda de volta em mãos.

- Preferível secar ao sol, pois diminui as manchas, impede o odor, além de economizar energia.

​​Atenção:

- Se for armazenar em balde com água, deixar fora do alcance de crianças.

- Fralda com cocô: despejar o cocô no vaso sanitário ,usando a ducha higiênica e escovinha para resíduos.

- Não usar amaciante e alvejantes

- Verificar instruções do fabricante para lavagem. Alguns permitem o uso do vinagre branco no balde em que as fraldas ficam de molho, para evitar o mau cheiro.

- As fraldas quando compradas vem com uma goma impermeável, que após a 5ª lavagem geralmente, é totalmente removida.

Autora: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

domingo, 23 de julho de 2017

ANDADOR: MOCINHO OU VILÃO?

O uso do andador nos últimos anos se tornou um assunto muito polêmico. Podem ser coloridos, ter acessórios chamativos, botõezinhos e rodinhas, que deixam as crianças praticamente de pé. Muitos pais defendem seu uso, geralmente baseando-se nas experiências vividas anteriormente com seus filhos pequenos, que utilizaram e não tiveram nenhum problema. Em contrapartida, temos aqueles que são contra a sua utilização, por apresentar muitos riscos às crianças, tornando-o perigoso.

Mas afinal, o que é melhor: usar ou não usar?
No Canadá é proibido vender, importar e fazer propaganda de andador para bebês. Estudos britânicos mostram que é o equipamento infantil que mais provoca acidentes e lesões, principalmente devido à velocidade que os bebês podem atingir e aos riscos de queda. No Brasil, ainda há uma luta por leis que tornem seu uso proibido, ficando a critério dos pais a sua utilização; mas os pediatras contraindicam seu uso.

Muitos pais afirmam que dá mais segurança às crianças, evitando quedas, mais independência devido ao aumento da movimentação do bebê e promove o desenvolvimento físico.

Embora sejam argumentos de pessoas que experimentaram o andador, não existe nenhum estudo que comprove essas afirmações; pelo contrário, o que temos são informações que comprovam os riscos.

Estudos apontam que a idéia de que o andador é seguro está errada. O andador é causa de muitas emergências pediátricas. Quando o bebê sofre um acidente com andador, em geral, a primeira parte do corpo a ser atingida é a cabeça, podendo haver traumatismos cranianos de diversas proporções, desde leves, sem consequências, até bem mais graves e, em casos extremos, fatais. Outros acidentes envolvem fraturas, queimaduras (pela proximidade com tomadas e panelas), intoxicações e afogamentos,sendo  os casos mais graves  ligados às quedas.

Por ano, são realizados cerca de dez atendimentos na emergência para cada mil crianças com menos de um ano de vida, vitimas de acidentes com o andador, o que corresponde a pelo menos um caso a cada duas ou três crianças que usam o aparelho.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirma que o problema está em dar independência demais em uma fase onde a criança ainda não tem noção do perigo a que se expõe. O equipamento dá a falsa impressão de segurança, e assim, os adultos tendem a deixar a criança mais tempo sozinha enquanto fazem outras tarefas (cozinham, passam roupa, assistem televisão, entre outros). Lembrando que mesmo com supervisão de um adulto, o risco de acidentes e traumatismo permanece alto.

Ainda segundo a SBP, o andador atrasa levemente o desenvolvimento psicomotor da criança. Os bebês levam mais tempo para ficar em pé e caminhar sem apoio, engatinham menos, e tem a parte de exercícios físicos prejudicada uma vez que confere mais mobilidade e velocidade, a criança precisa de menos energia com ele do que se estivesse por conta própria tentando alcançar o que deseja.

O andador força a criança a pular várias etapas essenciais para o desenvolvimento. Por exemplo, não deixa a criança experimentar os tombos naturais do início do aprendizado, limitando seu equilíbrio e podendo deformar a estrutura óssea da perna, que ocorre principalmente se o bebê ainda for pequeno para o andador, pois usará apenas as pontas dos pés para se movimentar.

Bebês que usam o andador, tornam-se mais inseguros para andar sem qualquer apoio, demorando mais tempo para andar sozinhos.

Nos Estados Unidos e na Europa há um movimento intenso para que legislações como as canadenses sejam aprovadas e colocadas em prática. No Brasil estamos caminhando lentamente quanto a isso, a venda já foi proibida e posteriormente liberada e, por esse motivo, contamos com o bom senso dos pais, a fim de não exporem seus bebês a um produto perigoso e desnecessário.

Autora: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

segunda-feira, 17 de julho de 2017

ANSIEDADE NA GESTAÇÃO

Nos dias atuais a ansiedade tem chamado muito a atenção. Em primeiro lugar, precisamos saber que a ansiedade faz parte do processo normal do desenvolvimento humano, podendo estar presente em todos os períodos do ciclo vital. Todavia, em alguns momentos da vida, a ansiedade é mais intensa que em outros e, dependendo do período, ela é considerada como um estado emocional esperado, como: mudança de emprego, espera do resultado de um concurso ou exame médico, casamento, nascimento de um filho, entre outros.
Para as mulheres, a gestação é um período em que surge uma ansiedade natural, decorrente das alterações próprias da fase, sendo essas de ordem psíquica, social, física e biológica. Nesse contexto, podemos citar como mudanças físicas e biológicas e seus sintomas, os seguintes: enjôo, vômito, inchaço, azia,  sonolência, aumento do apetite e do peso, dores na coluna, cansaço, etc.

Dentre as de ordem psíquica e social estão: temor, insegurança, sentimento de desamparo, ansiedade, receio de perder a beleza física, mudança dos hábitos, horários e atividades, e outros. Há ainda o aumento da sensibilidade, mudança nas emoções, alterações na pele e nos seios e o surgimento de varizes.

Há também fatores não relacionados diretamente à gravidez que podem aumentar a ansiedade nesse período, como: problemas financeiros, familiares, de relacionamento, etc.

Na sociedade atual, é comum os casais adiarem o nascimento dos filhos, privilegiando a estabilidade profissional, sendo cada vez mais freqüente a gravidez depois dos 40 anos e, como decorrência, o medo de que o filho nasça com alguma má-formação ou deficiência.

Algumas grávidas sentem-se incapazes de interromper o consumo do cigarro, e outras têm a preocupação de como lidar com o tratamento que estejam fazendo com algum medicamento controlado. Muitas não se sentem aptas para cuidar, amamentar e fazer a higiene do bebê.

Com a proximidade do parto, a ansiedade tende a aumentar, pois existe o medo das dores características, da possibilidade de um parto prematuro ou de que algo aconteça com ela ou o bebê, além da expectativa de mudança de rotina da vida.

Durante a gestação, a mãe atribui identidade ao bebê, conferindo-lhe expectativas e sentimentos quanto ao sexo, nome, características físicas e psicológicas, e outras, além de interagir com ele, iniciando o vínculo afetivo.

Se durante a gravidez a mulher se sentir tomada por muita tristeza (como decorrente de luto ou depressão, por exemplo) ou se não houver nenhum entusiasmo na preparação da chegada do bebê, é hora de buscar ajuda especializada. Pesquisadores têm alertado que a  ansiedade elevada na gestação pode trazer consequências, não só para a gestante, como também para o feto/bebê.

É importante ressaltar que o apoio emocional do marido à esposa durante o período da gravidez contribui para que ela tenha uma melhor adaptação ao processo de gestação e do parto.

E, por último, fazer um curso para gestantes com especialistas da área da saúde, é altamente recomendável, pois eles orientarão os futuros papais sobre os cuidados com o recém-nascido.

Autora: Cleide F. Redondo - Psicóloga Clínica

quinta-feira, 13 de julho de 2017

ROTINA: MEU BEBÊ PRECISA!

Muitos pais têm dificuldade na hora de criar rotina para seu bebê. Pensando nisso, reunimos 10 dicas baseadas no livro “A Encantadora de Bebês”. Essas dicas não são regras para a vida de ninguém, mas podem ajudar muito!
1. Comece praticando o “EASY”

Esse é um método composto por ciclos que se repetem. Sendo assim, os pais não seguem o ritmo do bebê mas assumem o comando, enquadrando o bebê à sua rotina.

Cada letra tem um significado: Alimentação (EATING), Atividade (ACTIVITY), Sono (SLEEP) e tempo para você (YOU).

– (E) Alimentação: hora da mamada.

– (A) Atividade: brincar um pouco independente da idade do seu filho, colocar uma música, móbile, brinquedos ou até mesmo uma conversa.

– (S) Sono: o sono ajuda a criança a crescer. Lembrando que boas sonecas durante o dia (não precisam ser longas) fazem o bebê dormir melhor à noite.

– (Y) Tempo para você: Enquanto o bebê estiver dormindo, você pode dedicar esse tempo para cuidar de você mesma!

2. Mamadas com intervalos corretos

As mamadas devem ter, no mínimo, um intervalo de 2 horas e, no máximo, de 4 horas. Ou seja, nem sempre que o bebê chora é fome. Criando uma rotina nas mamadas ficará mais fácil entender quando o bebê está realmente com fome.

3. Rotina de sono - ritual

Seguir um ritual sempre igual na hora de dormir sinaliza para o bebê que é hora de ir para a cama, coisa que talvez ele não saiba. “O bebê fica mais relaxado se souber o que vai acontecer”, diz a especialista em sono infantil JodiMindell. “Quanto mais relaxado ele estiver, mais provável será que ele vá para a cama sem problemas e durma rápido.”

O ritual que antecede o sono tem de ser repetido diariamente, para que o bebê perceba a aproximação da hora de dormir. Massagem, banho, troca de fralda e mamada à meia-luz, canção de ninar, carinho, leitura de histórias e até mesmo o fechar das cortinas na presença do bebê: os pais escolhem o que mais lhes agrada, contanto que seja algo relaxante e prepare-o para dormir.

Para encerrar o ritual, é aconselhável colocar o bebê no berço ainda acordado, para que durma por conta própria, sem a interferência de adultos. Assim, cria-se um bom padrão de sono para a saúde dele e dos pais.

4. Enrolar o bebê na manta para dormir

Bebês pequenos não têm controle dos braços e pernas. Quando estão cansados ficam mais agitados, sacudindo os membros no ar para demonstrar exaustão.

Algumas crianças apresentam espasmos durante o sono, se assustando com o movimento e conseqüentemente acordam. Uma forma de impedir esse estímulo é enrolar o bebê em uma manta ou cueiro.

Isso funciona até 3 ou 4 meses aproximadamente.

5. Não trocar o dia pela noite

Para isso, o ideal é fazer a rotina das mamadas de 3 em 3 horas durante o dia, acordando o bebê se necessário. Também é importante deixar que entre luz natural no ambiente onde o bebê está dormindo durante o dia e, à noite, deixá-lo no escuro.

6. Dar banho sempre no mesmo horário

7. Passeio e banho de sol

Lembrando que os banhos de sol devem ocorrer antes das 10 horas e após as 16 horas. O bebê pode ficar só de fralda se o local for protegido do vento e com temperatura agradável.

Aproximadamente dez minutos é tempo suficiente  para ficar no sol, lembrando que é sempre importante confirmar antes com seu pediatra.

8. Liberdade para o pai

O pai não amamenta e, normalmente, está fora na maior parte do dia. Por isso, muitos se sentem excluídos da relação com o bebê nos primeiros meses. Além disso, é comum as mães terem um sentimento de posse e acharem errado tudo o que os homens fazem com as crianças.

É importante que as mamães se policiem e deixem os pais agirem com mais liberdade, pois os filhos precisam ser expostos às diferentes maneiras de serem cuidados, para se desenvolver bem. Essa liberdade permite que os pais participem mais da rotina da criança e dividam com as mães as tarefas de dar banho, trocar fraldas, fazer massagens, atividades que antecedem o sono, entre outras.

9. Brincadeiras

Antes das sonecas, as brincadeiras devem ser relaxantes, com carinho, massagens e canções de ninar.

Uma boa opção é deixá-lo de bruços – sempre com a supervisão de um adulto para evitar acidentes –, assim o bebê exercita a musculatura do pescoço.

10. Evitar colo na hora de dormir

Ponha o bebê no berço para que ele se acostume e não precise de tanto mimo. Se o bebê ainda não foi habituado a adormecer sozinho, a dica é fazê-lo o mais rápido possível.

É bastante importante que o bebê consiga adormecer sem que lhe embalem, pois se ele não se habituar a isso e acordar durante à noite, muito dificilmente conseguirá adormecer sem essa ajuda.

Autor: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

segunda-feira, 10 de julho de 2017

O USO DE BRINCOS EM RECÉM NASCIDAS

Quando nascem bebês meninas, muitas mamães ficam cheias de dúvidas sobre poder ou não furar a orelhinha, se há riscos, se o bebê sentirá dor, entre outras.

Pensando nisso, reunimos aqui as informações que você precisa para se decidir.
Antigamente, era normal uma bebê sair do hospital com a orelhinha furada e com brinquinho. Outras vezes, a mãe optava pelo furo realizado em farmácias alguns dias após o nascimento.

Hoje, a realidade é outra. Muitos hospitais deixaram de realizar o procedimento, por causa do risco de infecção. Agora, cada instituição segue seu protocolo. Em 2012 as farmácias também foram proibidas de realizar o procedimento.

Onde e com quem posso fazer o furo?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) atualmente permite que o procedimento seja feito em farmácias, desde que siga corretamente suas recomendações (aparelhos específicos e descartáveis, estéreis e que utilizam brincos de aço cirúrgico para fazer o furo).

Os profissionais que são liberados para realizar o procedimento, segundo o Presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): enfermeiros, acupunturistas, farmacêuticos e pediatras.

Lembre-se de verificar sempre se o profissional está habilitado e se toma os devidos cuidados para evitar infecções.

Quando devo fazer o furo?

Existem pessoas que defendem que os furos devem ser feitos 15 dias após o nascimento. Alguns pediatras e neonatologistas preferem esperar até os dois meses, época em que a criança realizará as primeiras vacinas e estará menos sensível.

Dói?

Existe um mito de que quanto mais cedo a criança furar a orelha melhor, pois a dor será menor. Na realidade um bebê sente a mesma dor que um adulto, a diferença é que ele não sabe o que está acontecendo.

A dor da perfuração é totalmente suportável, uma vez que a sensibilidade no lóbulo da orelha (cartilagem onde se realiza o furo) é menor, por não ter muitas inervações. Ou seja, se for para mensurar, a dor é menor do que uma injeção.

Para diminuir a dor do furinho, alguns pediatras podem recomendar o uso de um anestésico em forma de pomada, passado no local uns 40 minutos antes da realização do procedimento.

Qual tipo de brinco devo escolher?

Se os pais optarem por utilizar o próprio brinco, o ideal é dar preferência aos de ouro maciço ou aço inoxidável, que são hipoalergênicos.

Os brinquinhos devem ser pequenos, arredondados e ficarem coladinhos à orelha, assim não incomodam a neném, e também não tem o risco de escapar e ir parar na boca.

Atenção para a tarraxa, que deve cobrir toda a parte de trás do brinco, e ter uma pontinha arredondada por fora, para o pino não entrar na pele do bebê.

E depois de furar?

- Mantenha o brinco inicial por 6 semanas.

- Depois que já tiver realizado a perfuração, uma vez ao dia deve-se fazer a limpeza da área com álcool a 70% - usar um cotonete molhado com o álcool, e passar na região onde foi feito o furo e ao redor do brinco. Fazer essa limpeza todos os dias durante seis semanas.

- Secar bem a região após o banho.

- Olhar sempre atrás da orelha - ver se há algum sinal estranho (sangramento ou infecção); pode haver alergia de contato.

- Se houver sinais de infecção após o procedimento, retirar o brinco, lavar a região e procurar seu pediatra.

Por fim, algumas mães pensam que cada um deve decidir por seu corpo, e por isso, optam por não furar as orelhinhas, permitindo que essa seja uma decisão da garota quando já estiver mais crescida.

Sendo assim, cabe aos pais se informarem e decidirem se desejam ou não furar a orelhinha da bebê, e procurar alguém capacitado para realizar o procedimento caso opte por fazê-lo.

Autor: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

quinta-feira, 6 de julho de 2017

DESFRALDE DO SEU BEBÊ: TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER

O momento de tirar as fraldas de seus filhinhos é uma fase importante na vida dos pais e das crianças, e muitas vezes pode ser tenso. Como saber se ele está preparado? Qual a melhor forma de fazê-lo sem criar traumas?

Separamos algumas dicas para que você, mamãe ou papai, consiga fazer deste momento novo, algo bom, que vai marcar a vida da criança como o início de sua autonomia para algumas tarefas.
Observe!
As crianças emitem sinais de maturidade; de que estão preparadas para o desfralde.

Sinais

- Bom desenvolvimento neurológico.

- Anda.

- Fala.

- Tem firmeza no corpo.

- Anuncia quando vai fazer xixi ou cocô (pode também gesticular ou falar que está incomodada com algo) - sinal mais característico.

- Acorda com a fralda seca.

- Imita os pais.

Quando começar?

- O segredo para a retirada das fraldas é só começar quando ela tiver capacidade física, ou seja, o controle do esfíncter, responsável por “segurar”as necessidades. Existem crianças que conseguem fazê-lo com um ano e outras que estarão prontas somente após os 3 anos. Por isso, é importante observar seu filho e os sinais emitidos por ele.

- O desfralde pode ocorrer entre 18 e 24meses.

- Meninas costumam largar fraldas antes dos meninos, bem como crianças que já tem irmão mais velho.

- Quando tentamos adiantar o processo, tirando precocemente as fraldas, existe risco de trauma, de demorar muito mais para fazer a retirada, gerando frustração e grande estresse para pais e filhos.

- A partir do 2ºano de vida, o bebê sai da fase oral e entra na anal, momento em que percebe que faz xixi e cocô. Essa é a melhor época, pois também emite os sinais citados acima.

- O momento correto para a retirada deve ser aquele em que a criança está tranquila e, por isso, evite épocas de grandes mudanças.

- Prefira o calor, pois se a criança deixar escapar xixi, a época é mais favorável.

Penico X adaptador

Os pais podem optar pelo tradicional penico ou pelo adaptador de vaso sanitário. A segunda opção é ótima por não precisar que após o uso seja higienizado. Porém, tem como dificuldade o fator “medo", que a criança sente por ficar no alto e com as pernas soltas, demandando equilíbrio.

Uma boa dica é utilizar o penico até que a criança esteja craque e passar para o adaptador. Ajude seu filho a acostumar-se com o penico! Mostre à criança, deixe-a sentar, mexer, familiarizar-se com o objeto. Depois, pode mostrar como funciona, colocando-a sentada sem a roupa. No inicio a criança pode estranhar por ser gelado!

Não pressione a criança!

Meninos: leve seu filho para comprar cuecas bem legais, e depois explique que farão uma coisa especial. Em casa, conte que ele já está grandinho e já pode usar cueca igual ao papai.

Meninas: leve sua filha para comprar calcinhas e assim como explicado acima, conte que já está grandinha e poderá usar calcinha como a mamãe.

Tirando a fralda

-Você deve decidir entre tirar a fralda de uma vez ou gradualmente, colocando sempre que necessário. O ideal é que retire de uma só vez, pois se a criança tira em casa mas, coloca para passear, pode acabar confundindo. Crianças não conseguem perceber essas mudanças.

- Retirá-la de uma só vez agiliza o processo, mas esteja preparado para os possíveis “acidentes” até que a criança se acostume.

- A retirada gradual demora bem mais, mas se enquadra melhor numa rotina cheia de compromissos. Nesse caso, deixe-a sem fralda por algum tempo sempre que puder, e faça bastante festa sempre que ela pedir para fazer xixi ou cocô no penico, ou quando a fralda ficar seca.

- Procure saber os horários que a criança costuma fazer xixi e cocô, para levá-la ao banheiro em períodos aproximados.

- Primeiramente deve-se tirar a fralda diurna da criança.

- Explique a ela que caso queira fazer xixi deve avisar e esteja presente.

- Comemore quando a criança avisar a tempo de ir ao banheiro mas caso “escape”, não brigue, explicando que isso acontece.

- Ensine o menino a fazer xixi primeiro sentado e depois em pé. Muitas vezes o xixi e o cocô vêm juntos, e nem sempre a criança sabe identificar qual deles está para sair; sendo assim, é melhor ensinar o menino a fazer ambos do mesmo jeito, sentado, pelo menos no começo. Outra vantagem é que ele pode se concentrar na coisa em si, sem ter de se preocupar em acertar a pontaria. Mostre que ele tem de colocar o "pipi" para baixo, com a mão, para que o xixi não escape para todo lado, mesmo na hora de fazer cocô.

- Quando ele estiver fazendo direitinho sentado, você pode propor que comece a fazer em pé na privada. Nesse momento, a sugestão é que utilize um banquinho (confira antesse ele é seguro,se não escorrega).

- Facilite as coisas nesse momento e prefira roupas simples de retirar, como por exemplo as de elástico, e cuecas larguinhas. Deixe também o penico com fácil acesso e a porta do banheiro aberta.

- Crianças gostam de seguir o que os mais velhos estão fazendo, por isso, observe. Copiar o irmão mais velho é um estímulo para acertar. A escola também ajuda no processo, com o exemplo de outros alunos.

* O tempo de desfralde diurno pode variar de pessoa a pessoa, podendo durar alguns dias ou mais de um mês. Observe como o seu filho está se comportando. Se ele já estiver estável, parta para a retirada noturna da fralda. Esta pode ser mais demorada, o que é perfeitamente normal.

- Lembre-se de diminuir a ingesta de água da criança em horário próximo ao de dormir.

- Sempre leve a criança para fazer xixi antes de deitar.

- Pode ser difícil segurar o xixi nos períodos mais profundos dos ono, por isso, não se desespere. E caso a criança não esteja conseguindo, adie um pouco mais a retirada.

- Converse com a criança e explique que se ela sentir vontade, mesmo sendo à noite, é preciso se levantar para ir ao banheiro. O controle do xixi é algo que vai se formando aos poucos.

- Geralmente a criança sente vontade de ir ao banheiro após 4 horas da ingestão de líquidos, sendo uma boa sugestão, que no início os pais se levantem nesse horário para levá-los ao banheiro.

- A retirada completa da fralda noturna pode levar de 6 meses a 2 anos, até que a criança adquira controle completo.

Retirada completa

- Comemore muito!

Dicas:

- Não demonstre frustração ou raiva quando a criança não conseguir chegar a tempo no banheiro, para que a criança não se sinta mal. Isso pode acabar com todo o esforço que você teve até o momento.

- Use sua criatividade: livrinhos para ler, use prêmios, líquido azul de limpeza no vaso, tudo o que você inventar, encantará e contribuirá com seus filhinhos nesse momento.

Autor: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

terça-feira, 4 de julho de 2017

COMO ARMAZENAR LEITE MATERNO

Mamães que precisam voltar a trabalhar ou precisam se ausentar de casa algumas horas, devem aprender a coletar, conservar e armazenar seu próprio leite.
Quando retira o leite, mantém a produção e ainda alimenta adequadamente quando precisa se ausentar.
Primeiramente deverá retirar seu leite. Há duas formas para ordenhar o leite: usando as mãos ou bombinha tira-leite, que pode ser manual ou elétrica.

No início pode ser mais difícil tirar o leite, por causa da pequena quantidade, não sendo isso um problema, pois você pode juntar outras vezes o leite, até que obtenha a quantidade desejada.

É importante dizer, que tirar o leite estimula sua produção; porém, não é tão eficaz quanto à própria mamada do bebê.

Confira aqui nosso post sobre "retirada do leite”.

ONDE ARMAZENAR

Após a retirada do leite, é importante armazená-lo corretamente para que possa ser ofertado ao bebê num outro momento, sem o risco de estragar.

Algumas bombinhas já vêm acompanhadas de recipientes específicos para congelamento ou armazenamento do leite. Caso você não tenha esse material, mamadeiras comuns esterilizadas (bem vedadas e com tampa) e recipientes de vidro com tampa de plástico esterilizados, também podem ser utilizados.

Podem ser utilizados frascos de vidro de café solúvel ou maionese. Nesse caso, retire o rótulo e o papelão que fica sob a tampa e lave com água e sabão, enxaguando bem, prosseguindo depois para o processo de esterilização.

Existem ainda no mercado, embalagens práticas criadas especialmente para o armazenamento de leite.
COMO ESTERILIZAR OS RECIPIENTES

As formas mais comuns de esterilizar o recipiente para armazenar leite humano são:

- Ferver os potes por aproximadamente 15 minutos; (contar o tempo a partir do início da fervura). Deixar escorrer sobre um pano limpo até secar (não enxugá-los). Depois de secos, fechá-los sem tocar na parte interna das tampas;

- Utilizar esterilizadores específicos para esse fim;(devem ir ao microondas pelo tempo recomendado pelo fabricante na embalagem).


QUANTO TEMPO POSSO ARMAZENAR O LEITE MATERNO:
EM TEMPERATURA AMBIENTE:

O leite pode ficar no máximo até 2 horas, mas o ideal é ser consumido imediatamente após a retirada.
Isso se deve ao risco de crescimento de microorganismos indesejados e contaminação do leite.

NA GELADEIRA:

De acordo com a Rede de Bancos de Leite Humano,o leite pode ser conservado em geladeira por até 12 horas. Se for ultrapassar esse período, é recomendado congelar para evitar que estrague.
Utilizar a prateleira de cima da geladeira, por ser mais fria, e nunca guarde na porta, pois a temperatura é variável, podendo estragar o leite. Procure deixar o recipiente com leite longe de outros alimentos crus, como verduras e carnes.

NO CONGELADOR:

De acordo com recomendações do Banco de Leite Humano, desde que com uma temperatura de -10ºC, você pode armazenar o leite por um período de até 15 dias. O congelador deve ter uma porta separada da geladeira, pois assim a temperatura não irá variar dentro do freezer.
Essa é a recomendação dos especialistas da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, que é referência internacional

Não encha o recipiente até a boca. Deixe 2 centímetros de espaço até a borda da mamadeira ou do recipiente, porque todo líquido "incha" depois de congelado.
Preencha em uma etiqueta a data do congelamento e cole no recipiente,que pode ser preenchido aos poucos com o leite com várias "tiradas" de leite; a data de validade do leite vai continuar sendo a da primeira ordenha.
Para completar um recipiente que não está cheio ainda, é só ir colocando o leite novo por cima do que já estava congelado. Use outro recipiente para retirar o leite e abra o do leite congelado somente na hora de guardar o leite novo.

COMO DESCONGELAR O LEITE

Principais formas para aquecer o leite materno:
      - Em água corrente, deixando embaixo da torneira. Essa forma não é recomendada por gastar muita água; em tempos de economia devemos colaborar.

      - Encher um recipiente maior com água quente, temperatura entre 37º e 40º, deixando frasco com leite materno dentro do outro até descongelar.

      - Banho Maria: a água não pode chegar em temperatura de ebulição; deve ser somente o suficiente para aquecer.

      - Usar biberões e aquecedores de mamadeira, preferindo os de aquecimento a vapor por não alcançarem temperatura de fervura, sendo seguros e rápidos.
     
O microondas não é aconselhável porque existe a possibilidade de algumas propriedades do leite se perderem no processo de aquecimento.

POSSO RECONGELAR O LEITE?

Nunca recongele o leite materno depois dele ter sido desgelado. Jogue fora todo leite que sobrar na mamadeira.

ATENÇÃO

Se você tem bastante leite, poderá doá-lo para quem não tem e precisa!
Obtenha mais informações sobre a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (como e onde doar) através do site http://www.redeblh.fiocruz.br/

Ainda tem dúvidas? Participe do nosso curso para saber mais sobre esse e outros assuntos!

Autor: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra