sábado, 17 de junho de 2017

AMAMENTAÇÃO CRUZADA

Hoje vamos falar de um assunto super importante: a amamentação cruzada. Muitas mamães talvez nem saibam o que é, ou quais os riscos a que se submetem. Leia o texto abaixo e tire todas as suas dúvidas!

Chamamos de amamentação cruzada a prática de amamentar filhos de outras mulheres, seja qual for o motivo (dificuldade de amamentar, prematuridade, falta de leite, facilitar a vida da outra mulher, entre outros).

Essa era uma prática comum antigamente, inclusive, existiam as amas de leite. A partir de 1985, a amamentação cruzada começou a ser contraindicada.

Recentemente uma atriz famosa afirmou que não consegue amamentar e que por isso, sua irmã amamentaria sua filha. Assim como ela, muitas mães acham que estão fazendo uma boa ação, que estão ajudando ao alimentar o bebê de outra mãe, que por alguma razão não consegue. O problema, é que existe um alto risco de transmissão de doenças infectocontagiosas, pelo leite ou pelo sangue, proveniente de machucados na mama, por exemplo, pela AIDS.O bebê acaba exposto a riscos desnecessários.

Ao contrário do que se possa imaginar, não traz benefícios para a saúde do bebê!

E se a pessoa que vai amamentar já fez os exames e não tem nenhum problema?

A mãe não deve amamentar outra criança que não seja o seu filho. Mesmo se esta mãe estiver com os exames normais ou tenha tido uma gravidez tranquila, pode estar em uma janela imunológica, e esse bebê correr o risco de contrair alguma doença.

O aleitamento materno é muito importante tanto para a mamãe quanto para o bebê, e deve ser incentivado, desde que seja entre a mãe e seu bebê.

Não posso amamentar. O que devo fazer?

Como já foi citado acima, existem algumas situações que impossibilitam que a mãe amamente seu bebê. Nesses casos, primeiramente converse com seu médico obstetra ou com o pediatra, que vai passar todas as orientações.

Caso não consiga nenhum auxílio, seu bebê não ficará sem leite. Os bancos de leite existem para isso.

Qual a diferença do leite do banco de leite para o leite de outra pessoa?

A diferença principal é que o leite do Banco de Leite Humano é tratado, pasteurizado e, por isso, isento de qualquer possibilidade de transmissão de doenças.

Lembrando: se você está com dificuldades para amamentar seu bebê, procure um profissional de saúde que possa ajudá-la ou procure um banco de leite humano!
A família ou a mãe sozinha, provavelmente não darão conta. Por mais que uma mãe tenha tido experiência boa em uma amamentação na gestação anterior, pode não ter na atual. Cada bebê é diferente!

Autor: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

terça-feira, 13 de junho de 2017

CHARUTINHO DE BEBÊ E A SÍNDROME DA MORTE SÚBITA INFANTIL

A prática de enrolar o bebê em um cueiro ou manta tem sido seguida nos dias atuais. Mas para que serve? Tem benefícios? É seguro?
Fazer “charutinho” do bebê é enrolá-lo com um cueiro ou cobertor, de forma a imobilizá-lo. Muitos pais o utilizam nos primeiros dias de vida do bebê, chamado de período neonatal.

A técnica permite que o bebê durma mais tranqüilo e não se assuste com os espasmos (comuns em recém nascidos), que fazem com que acordem com mais facilidade. Ajuda a manter o bebê aquecido, e faz com que chore menos (quando estão enroladinhos se sentem mais seguros e com sensação semelhante à da barriga da mãe).

Alguns estudos demonstram melhora no desenvolvimento neuromuscular em crianças nascidas abaixo do peso, bem como a redução do estresse em bebês prematuros.

Embora existam muitos benefícios na realização da técnica, recentemente, especialistas da Universidade de Bristol (Reino Unido), fizeram uma revisão de artigos científicos. O que constataram foi que o hábito de “empacotar” o bebê durante o momento do sono, aumenta o risco da Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI). Essa Síndrome leva o bebê ao falecimento, sem que haja uma causa específica.

Segundo o estudo, colocar o bebê para dormir enroladinho e deitado de lado ou de bruços, dobra o risco de morte súbita.

Sendo assim, é importante lembrar que a posição indicada atualmente para o bebê dormir é de barriga para cima, com a cabecinha lateralizada. Outras posições não são mais recomendadas devido ao risco de engasgo e morte súbita.

É importante parar com a utilização da técnica quando os bebês ficarem maiores e passarem a se mover sozinhos, pois estando enrolados, terão mais chances de se locomover para posições não seguras.

Apesar da associação como charutinho, a Síndrome Morte Súbita também pode ter outras causas, como sufocamento por protetores de berço, ursinhos ou outros objetos semelhantes. Por isso, recomenda-se evitar esses tipos de acessórios dentro do berço.

Quando utilizar manta, colocá-la na altura dos mamilos e não usar travesseiros.

Cuidado também com a temperatura do ambiente. Se estiver muito calor, você poderá superaquecer o bebê. Para evitar isso, escolha um cueiro mais fresco ou um lençol, e esteja atento!
Autor: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

terça-feira, 6 de junho de 2017

COMO CUIDAR DO SEU BEBÊ NO INVERNO

O friozinho está chegando e nesse período as mamães precisam tomar alguns cuidados com seus bebezinhos. Situações do dia a dia acabam exigindo mais atenção pois os bebês possuem um corpo sensível.

Os bebês têm risco de hipotermia, devendo ser mantidos aquecidos. Isto pode ser feito através de roupinhas ou de cobertores. Mas não exagere! Para escolher as roupas, pense primeiramente no que você está vestindo e coloque uma peça a mais. Além da mantinha. Vista-o em camadas. Coloque um body e um mijão por baixo, e um macacão por cima. Cuidado para não superaquecer o bebê. Começar a transpirar ou ficar irritado sem motivo, pode indicar que ele está superaquecido.

Podem ser usados casaquinhos de lã, mas evite o contato direto com a pele, colocando uma roupinha mais leve de algodão por baixo, pois podem causar alergia ou ressecar a pele.

Os bebês perdem calor pelas extremidades, ou seja, pelas mãos, pés e couro cabeludo. Portanto, se houver necessidade o bebê pode usar meias e luvas dentro de casa. Se for sair para passeios, coloque toucas ou gorros, evitando sempre frio excessivo especialmente nos ouvidinhos.

MOMENTO DO SONINHO

A coberta deve ser leve (existem cobertas quentes e bem leves).  Ao cobrir o bebê, o cobertor ou a manta deve ser presa embaixo dos bracinhos, evitando que suba durante o sono e o sufoque. Uma boa opção se estiver muito frio, são os sacos de dormir, que tem a parte de cima parecendo uma regata e um zíper para fechar na frente, facilitando a toca de fralda. 

Se o cobertor estiver no armário por algum tempo, lave-o e coloque-o no sol, evitando que o bebê desenvolva alergias.


HORA DO BANHO

- O melhor momento para o banho é definido pela mãe. Porém, é importante lembrar que os horários do início da manhã e noite são mais frios, aumentando o impacto da temperatura com o corpo da criança. Portanto, devem ser evitados.

- Os pais devem observar a disposição da criança. Se apresentar sonolência, lentidão ou se as extremidades (mãos, pés e lábios) estiverem frias ou arroxeadas, o banho deve ser adiado e a mãe deve aquecer o bebê.  Em um dia frio não há problema se o bebê ficar sem banho! A mamãe ou papai podem fazer a higienização das dobras com algodão, sabonete e água morna, agindo em etapas, uma peça de cada vez, evitando contato com a friagem.

- Observar o ambiente, que não deve ter correntes de ar, devendo ter temperatura agradável. O aquecedor pode ser utilizado, tendo o cuidado de não deixá-lo ligado por muito tempo e deixando o ambiente úmido (toalha úmida ou bacia com água) no espaço que o bebê estiver. Cuidado com o local em que ficará ligado para evitar acidentes! Aquecer o ambiente por 10 minutos antes do banho é o suficiente!

- Preparar e separar tudo que será utilizado antes de tirar a roupinha do bebê, evitando que pegue friagem.

- A temperatura da água deve estar entre 36º e 37º C. Essa temperatura estará agradável ao bebê e quando associada ao ambiente adequado, diminui o risco de choque térmico na transição rápido de um local quente para outro frio.

- Ao término do banho, enrole seu bebê na toalha e seque bem, antes de levá-lo para outro local mais frio.

- Na hora de vestir, colocar primeiro uma camisetinha, de forma que o bebê fique protegido. Troque o bebê no mesmo ambiente em que der o banho, pois ainda estará quente!

PELE DO BEBÊ

Banhos prolongados e água quente podem ressecar a pele do bebê.

Assim como os adultos, o bebê, quando em contato direto com o ar gelado e seco pode apresentar pele mais grossa e ressecada, principalmente no rostinho.

O creme hidratante pode ajudar, mas não deve ser utilizado sem recomendação médica. Para lábios ressecados, uma alternativa é o protetor labial. Consulte seu pediatra!
Agasalhos demais podem causar brotoejas no bebê. Coloque roupas leves no bebê. Se a temperatura estiver aumentando é só ir retirando-as.

ATENÇÃO:

Os olhos podem ficar irritados e o nariz mais seco, podendo ser necessário pingar colírio ou soro fisiológico no nariz. Lembrando: antes de qualquer procedimento, consulte seu médico! Podem ser usados umidificadores de ar!

HIPOTERMIA: Aqueça seu bebê! Se notar extremidades do corpinho geladas utilize um termômetro. A temperatura deve estar acima de 36ºC; caso esteja abaixo, enrole o bebê em um cobertor com o rosto descoberto e mantenha próximo ao seu corpo para transmitir seu calor à ele, e vá ao hospital se não melhorar.

Autor: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra