sexta-feira, 19 de outubro de 2018

POR QUE AS GRÁVIDAS FICAM COM O NARIZ INCHADO?


A gravidez é uma fase da vida em que as mulheres ficam “iluminadas”, mais bonitas. Porém, entre as muitas mudanças observadas, tanto no organismo quanto no físico, está o inchaço do nariz. Mas afinal, por que isso acontece? Depois volta ao normal?
Durante a gestação, muitas mulheres podem passar por períodos de inchaço. Os locais mais comuns são os pés , pernas, mãos e nariz.

Esse edema é resultado do aumento de um importante hormônio, indispensável para manter a gestação, chamado progesterona.  Ele age aumentando o volume de sangue e líquidos no organismo, interferindo na circulação sanguínea.

Sendo assim, podemos dizer que o nariz, região com mucosa, incha devido à retenção de líquido, causada pelo aumento hormonal. Eles podem ficar mais largos a partir do 5º ou 6º mës de gestação, o que explica também o aparecimento de rinites e infecções respiratórias durante essa fase. Segundo alguns especialistas, o nariz aumenta seguindo um instinto de sobrevivência observado em outros mamíferos, para que o olfato fique mais apurado e as fêmeas saibam quando um predador está se aproximando.

Como a face está sempre exposta, o nariz tende a incomodar mais à aparência das mães do que o restante do corpo.

E você pode perguntar :todas as grávidas passarão por isso? Depende muito do organismo de cada uma; algumas tem mais edema que outras.

Além disso, o estilo de vida também pode auxiliar muito. Mulheres com  mais atividades, tendem a inchar menos.

Para evitar o inchaço de braços e pernas, é recomendado evitar muito tempo sentada, elevar as pernas para descansar por alguns minutos quando possível, principalmente no final da tarde ou início da noite e fazer massagens circulares na região também ajudam; ou se preferir, drenagens linfáticas (desde que não haja contraindicação médica). Outras medidas incluem a alimentação saudável, redução de sal e ingesta de bastante líquido.

E falando especificamente sobre o nariz, nosso tema de hoje, a boa notícia para as mamães que ficam um pouco mais preocupadas, com um pouco de maquiagem  é possível afiná-lo.

E não se preocupe, pois após a gestação, tudo volta ao normal!

IMPORTANTE LEMBRAR: o edema é normal na gestação, porém pode sinalizar a presença de algumas doenças. Por isso, procure sempre seu médico para tirar as dúvidas!

Autora: Cristina Volcov - Enfª Obstetra

domingo, 9 de setembro de 2018

CÓLICA EM BEBÊS: DICAS VALIOSAS

O pânico de todos os pais que têm um bebezinho em casa é a cólica; aquela dorzinha terrível de barriga. Ela pode deixar os pais inseguros sobre como lidar com a situação, trazendo grande estresse para dentro de casa.
Ainda não existe nenhum grande segredo para lidar com ela, mas separamos algumas informações importantes para vocês entenderem melhor o que é, como identificar e o que fazer para evitar ou melhorar quando acontecerem.
O que é?

A cólica é uma dor intensa que tem como características irritabilidade, agitação ou choro, que acontecem durante pelo menos três horas por dia, durante três ou mais dias na semana e que se repetem nas próximas três semanas.
Costuma ser mais comum ao final da tarde, inicio da noite. O bebê chora muito, de forma inconsolável, sem uma causa identificável.
É mais comum  aparecer a partir da 2ª semana de vida, se intensificando entre a 4ª e 6ª semana e desaparecendo após o terceiro mês. Isso acontece devido ao “amadurecimento” intestinal.

Por que o bebê tem cólica?

Quando nasce, o bebê ainda não tem a parte intestinal totalmente amadurecida, o que acontece por volta dos 3 meses e por isso, pode ter episódios de cólica. Alguns bebês tem menos do que outros. Isso é uma característica individual.
Além dessas, existem outras situações que podem levar à dor, como o uso de leite artificial, por exemplo, que tem uma fórmula diferente do leite materno; além de as vezes ser ofertado em mamadeira, aumentando a chance de ingestão de ar enquanto mama, aumentando assim os gases.
Crianças com intolerância ao leite de vaca ou alergias, podem apresentar um quadro acentuado de cólicas.

A alimentação da mãe pode influenciar as cólicas?

Sim. Apesar de não ser uma regra, cada bebê reage de forma diferente, o que a mãe ingere pode vir a influenciar o bebê, passando através do leite materno. Alimentos que dão gases nos adultos, podem ser responsáveis por causar dores nos bebês também.

Como identificar uma crise?

A forma mais simples de perceber que o choro do bebê é de cólica, é através da observação do comportamento. O bebê chora demais, não cessando facilmente. Se contorce, encolhendo as perninhas e braços e muitas vezes fica mais avermelhado.

O bebê está com cólica. E agora?

Ainda não existe um método milagroso para tratar a cólica, mas existem algumas manobras para tentar fazer com que os gases sejam eliminados.

foto: vounascer.com
Primeira dica: deite seu bebê com a barriga para cima e segure as perninhas com as suas mãos. Você fará movimentos calmamente, como se estivesse pedalando uma bicicleta com as perninhas do bebê.


Outro movimento possível é, mantendo a mesma posição e segurando ainda as perninhas, empurrar as perninhas do bebê, flexionando-as ,seguindo por esticá-las novamente em movimentos de vai-e-vem.

Segunda dica: faça massagens leves na barriga, na região do intestino, de forma que ajude a eliminar os gases.
foto: wikihow

Terceira dica: tenha uma bolsa de gel (dessas de esquentar no microondas) sempre por perto. Pode ser essas bolsas de sementes/grãos também, que são tão eficazes quanto. Use a que preferir!


Esquente e coloque encostada no bebê. Cuidado com a temperatura! A pele do bebê é muito sensível!



Quarta dica: existe uma posição que os bebês adoram e ajuda muito a diminuir os incômodos – segure o bebê nos braços, porém com a barriguinha para baixo. Desse jeito, a cabecinha fica um pouco do lado do braço e a barriga sobre ele. As pernas podem ser ajeitadas entre o braço, como na figura ao lado.
Você pode ainda associar as duas coisas, colocar a bolsa de água quente entre seu braço e o bebê.

Quinta dica: o ofurô para bebês ajuda muito a diminuir as dores, tanto pela posição, quanto pela presença da água quentinha. Então, essa é uma ótima opção!

Lembrando que se as cólicas estiverem muito constantes, é importante conversar com o pediatra que poderá passar algum remédio que ajude nas crises, como o luftal. Mas lembre-se de sempre conversar com um profissional antes, para receitar a dosagem  e a forma correta.

Como evitar as cólicas?

No que depende da mãe: tente evitar alimentos que costumam dar gases: repolho, feijão, brócolis, couve-flor, chocolate, entre outros.

Hoje temos dois remédios fitoterápicos que ajudam na prevenção das cólicas: colic calm e colickids.
Muitos pediatras não gostam, por isso, primeiro converse direitinho com o seu para saber o que ele indica, ok?!

O colic calm é muito caro no Brasil e precisa ser comprado pela internet, demorando um pouco de tempo para chegar. Se você tiver a opção de comprar fora ou tenha alguém para fazê-lo, é uma boa opção, pois dura por mais tempo.

O colickids pode ser encontrado nas farmácias brasileiras, porém o preço é salgadinho, além de vir somente 5ml no frasco, acabando rapidamente.

Em breve escreverei sobre cada um deles aqui no blog, mas as informações mais importantes são essas. Esses remédios são utilizados de forma preventiva ou seja, dado ao bebê antes que as cólicas apareçam.

Como já disse anteriormente, cada bebê é único e pode reagir de forma diferente. Alguns bebês utilizam o remédio, mas esse não surte efeito. Por isso, sempre converse com seu médico e veja o que é mais recomendado para seu filhinho.

Outras dúvidas:

Antigamente as mães tinham o costume de dar chá para o bebê ou até mesmo mergulhar a chupeta na funchicória e diziam ser bom para cólica. Essa é uma prática não recomendada!

O bebê deve ingerir somente leite materno e os chás tem outros ingredientes em sua composição, além de que muitas davam com açúcar, o que não é recomendado de maneira nenhuma a um bebê. 

Outros alimentos podem atrapalhar as mamadas do seu bebê, criando mais um problema além das cólicas.

Tem mais dúvidas? Gostou das dicas? Deixe uma mensagem aqui nos comentários!

Autora: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra



sexta-feira, 3 de agosto de 2018

UMA EXPERIÊNCIA COM AMAMENTAÇÃO: PRECISAMOS FALAR SOBRE ISSO!

O desconforto da gravidez foi difícil, a recuperação do parto foi bem dolorida tanto no corte quanto para evacuar e fazer xixi por 15 dias, a minha estabilidade emocional foi pro ralo, baby Blue e mãe dark KKK a privação do sono quase me enlouqueceu por meses.. atestei minha incapacidade de matriar por vários momentos.. estava em estado depressivo.. só chorava..

..mas a amamentação... A amamentação para mim.. e vale ressaltar que isso é INDIVIDUAL e que não é via de regra... Foi MINHA escolha algo me dizia que dependia da minha perseverança.. a escolha mais dolorida.. ferida machucada e cutucada, peitos sem leite, sem genética que favorecesse, bicos pequenos sangravam copiosamente.. teve um dia que não sabia a diferença entre meu bico e uma almôndega crua amassada..TB tinha ele... um muleque que tinha e tem.uma fome viking monstruosa mesmo... que grudava nesse projeto de seio e enquanto saiam pequenas gotas de leite, brotava um rio de lágrimas de intensa dor em mim.. intensa é a palavra.

Não fui orientada na maternidade para a pega correta, depois de dez dias fui ao banco de leite com meu bico esquerdo pendurado, não conseguia por camiseta, a leveza do roçar me faziam chorar, queria ficar desnuda o tempo todo para cicatrizar.. e quando parava de pulsar... Ele acordava com fome...

Para cicatrizar tive que tirar ele do peito e por doze dias o processo era.. tirar leite com a bombinha que era o alívio da vida.. colocar numa seringa,encaixar um catéter na ponta ao invés de agulha, colar a ponta do caninho do cateter no dedo mindinho com esparadrapo e dar leite do peito pelo meu dedo para que ele não perdesse a pega do seio. Maratona é mais fácil.. acredite.

Em uma hora de bombinha tirava míseros 30ml de leite... E daí ele já estava acordado.. como acordava a cada uma hora e minha vida era apertar uma bombinha freneticamente o que gerou dor intensa num lugar que não tinha.. naa mãos hahaha

Eu podia ler no olhar dos meus pais e marido : Pelo amor de Deus... Não faça mais isso!! ..mas eles respeitaram minha decisão e me ajudaram. A dor intensa foi diminuindo e depois do terceiro mês especificamente no quarto e quinto não sentia nada, depois que minha menstruação voltou sinto como se cada sugada fosse um beliscão forte somente no meu período pré menstrual.

Enfim... A pergunta que não cala.
Beth.. valeu a pena?
Prontamente eu te digo
Simmmmm!!

Vê-lo saudável faz valer todo e qualquer esforço, mas outro grande benefício é o vínculo estabelecido entre nós dois. Diria.. cumplicidade, somos um para o outro, enquanto ele mama percebo e observo suas necessidades, interpreto suas açoes e reações.. trocamos olhares que traduzem o amor que sentimos um pelo outro.. algo divino... Pra ter uma ideia.. estou chorando só de tentar te detalhar..

O governo fez uma campanha uma vez
"Amamentar é um ato de amor". Eu diria que a ALIMENTAR é um ato de amor.. pq eu era a forte candidata a desistência e poderia facilmente ter desistido. E jamaaaaais julgo quem não consiga fazê-lo.

Mas se você tiver a oportunidade de tentar, tente.. pq por mais louco que pareça.. vale a pena!

P.s. depois de tudo isso, se em algum lugar, alguém se incomodar por vc amamentar.. cague para isso ;)

Autora: Beth Costa


segunda-feira, 30 de julho de 2018

AMAMENTAÇÃO É A BASE DA VIDA – SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO MATERNO


O aleitamento materno é a melhor forma de fornecer ao recém-nascido todos os nutrientes necessários para o crescimento saudável. O leite materno promove o desenvolvimento sensor e cognitivo da criança, além de protegê-la contra doenças crônicas e infecciosas.

A orientação do Ministério da Saúde é que o bebê receba somente o leite materno até os 6 meses e que depois seja associado a outros alimentos, até que a criança complete dois anos ou mais. A amamentação exclusiva reduz a mortalidade infantil por enfermidades comuns da infância, como diarréia e pneumonia, ajuda na recuperação de enfermidades além de aproximar mãe e bebê.

Tendo em vista a sua importância, de 1 a 7 de agosto, comemora-se a Semana Mundial de Aleitamento Materno e todos os anos um importante tema é escolhido.

Esse ano o tema definido pela Aliança Mundial para Ação em Amamentação (WABA) será: “Amamentação é a base da vida”.

Amamentar é ofertar o melhor alimento para o bebê, ou seja, o leite materno, proporciona uma melhor saúde física, mental e emocional.

Essa é uma campanha que tem como objetivos:

- Informar sobre o modo como a amamentação está ligada à boa nutrição, segurança alimentar e redução da pobreza.

- Vincular amamentação dentro da  agenda de nutrição, segurança alimentar e diminuição da pobreza.

- Envolver-se com indivíduos/organizações que trabalham nessas questões.

- Motivar ações para promover a amamentação como parte das estratégias de nutrição, segurança alimentar e redução das desigualdades.

O foco é prevenir todas as formas de desnutrição, garantir a segurança alimentar principalmente em tempos de crise e quebrar o ciclo da pobreza.

A Organização Mundial da Saúde (ONU) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) querem chamar a atenção para as vantagens da amamentação e os problemas que as mulheres enfrentam para alimentar seus bebês de forma natural.

A amamentação, apesar de ser um ato natural, é um comportamento a ser aprendido. Muitas mamães tem dificuldades mas sabemos que grande parte delas necessita de encorajamento e apoio para amamentar.

Iniciativas como essa, da Semana Mundial de Aleitamento Materno, são essenciais para garantir a conscientização da sociedade sobre a importância da amamentação, e demonstram a necessidade de investimento em campanhas que rompam com conceitos errados, que muitas vezes levam a mãe a desistir de amamentar por falta de conhecimento e apoio.

Fontes: Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network (IBFAN), Aleitamento.com, Waba.

terça-feira, 24 de julho de 2018

OS PERIGOS QUE MORAM NO BERÇO

Antes da chegada do bebê, os pais se programam, fazem reformas, montam um lindo quartinho e colocam mobílias adequadas ao conforto do bebê, entre elas, o berço. Muitas vezes, os pais desconhecem a necessidade de tomar alguns cuidados para não expor o bebê a riscos. Listamos os 10 mais importantes. Confira e veja se seu bebê está seguro!
1. Kit berço

Há risco de sufocamento e de prender pernas e bracinhos, além de acumular pó.
Se você achar que é necessário, existe no mercado um protetor que é fino e apresenta pequenos furos, ou seja, o bebê não tem como ficar preso e caso o bebê encoste, conseguirá respirar através dos furos.

2. Colchão

Um vão entre o berço e o colchão, representa risco de asfixia a um bebê que possa ficar com o rostinho parado ali.
Preste atenção se o colchão se encaixa corretamente no berço. Segundo o Inmetro, o espaço entre as extremidades do berço e o colchão, não deve ultrapassar 3 centímetros. Caso o colchão seja comprado separadamente, o manual de instruções do berço deve especificar dimensões e densidade apropriadas para o móvel.

3. Grades do berço

A distância entre as grades deve ser, no máximo, de 6 cm, distância que garante a segurança da criança. 

4. Brinquedos

Muitos pais gostam de deixar brinquedos e ursinhos de pelúcia no berço para enfeitar e até mesmo entreter os bebês. Isso é muito perigoso!
Deixe o mínimo de coisas possível no berço! Quanto mais itens, mais chance de sufocamento ou de machucar o bebê.

5. Travesseiro e almofadinhas
Há risco de sufocamento!

O travesseiro não é item necessário durante o primeiro ano de vida. Bebês precisam dormir em superfícies firmes e retas.

Verifique se não há no berço nada que possa ser sugado pelo bebê. Botões, cordões e até fraldinhas de boca podem ser enfiados na boca da criança.

6. Babá eletrônica

É uma aliada dos pais, mas tome cuidado. Algumas possuem fios, e se estiverem à altura da criança podem enroscar em alguma parte do corpo ,podendo levar à gangrena do membro ou até mesmo sufocar o bebê.

7. Grade

Certifique-se sempre de deixar a grade elevada, impedindo assim que haja a queda da criança.

8. Cortinas e janelas

Cortinas juntam pó e podem levar o bebê a ficar preso em seus fios e até se sufocar. Janelas tornam-se muito perigosas pelo risco de queda. Grades e telas de proteção são fundamentais.
Crianças aprontam até nas casas mais seguras. Todo cuidado é pouco!

9. Cobertas

Cuidado com a quantidade de cobertas utilizadas em bebês novinhos, pois podem sufocar. Lembre-se também de cobrir o bebê somente até a parte de baixo do braço.

10. Posicionamento do bebê

A posição correta para o bebê dormir, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, é com a barriguinha para cima e com o rostinho lateralizado.

Autora: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

segunda-feira, 9 de julho de 2018

VERNIX: A PROTEÇÃO DO BEBÊ


Se você vai ser mamãe ou já tem seu bebezinho, deve ter lido algo sobre vernix.
Mas afinal, o que é isso e pra que serve? Leia o texto completo e tire suas dúvidas.
Sabe aquela camada esbranquiçada que fica na pele do bebê ao nascer? Chama-se vernix caseoso.

A pele do bebê é muito sensível e o vernix é uma camada de gordura que está presente desde o ventre para protegê-lo. No útero protege o feto, e está presente em forma de grumos.

É produzido até a 38ª semanas de gestação pelas glândulas sebáceas. Após esse período, sua quantidade começa a diminuir indicando a maturação fetal e a proximidade da hora do parto.

No momento do trabalho de parto, facilita o deslizamento do bebê para o meio externo além de ser hidratante, termorregulador - o bebê perde temperatura com muita facilidade após o nascimento (meio grau a cada minuto, o que é muito perigoso) e estudos defendem que o vérnix ajuda a controlar e manter o bebê aquecido além de ser antibactericida, protegendo contra infecções durante os primeiros dias de vida.

Muitos países costumam prezar pela não retirada desse vernix nos primeiros dias de vida. Aqui no Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria, em documento publicado em 2015, recomenda que o banho não seja dado antes da criança completar 6 horas de vida e que se não houver risco de transmissão de doenças, esse tempo deve ser ainda maior, recomendação essa também da Organização Mundial da Saúde (OMS). Após o parto, a conduta deve ser apenas secar o bebê sem esfregar ou retirar o vérnix.

Ainda não há um consenso a respeito do assunto na maioria das maternidades, muitas acabam realizando o banho de 6 a 10 horas após o parto. Muitos pais seguem a rotina hospitalar porém outros optam cada dia mais por manter a camada protetora na pele do bebê até que desapareça sozinha, naturalmente.

O vérnix tende a ser absorvido naturalmente nas primeiras 12 horas de vida.

Sabendo disso, nossa dica para os futuros papais e mamães é: conheçam a maternidade antes de ter seu bebê e pergunte sobre as rotinas e condutas após o parto. Assim, você poderá se preparar adequadamente de acordo com o que é melhor para seu bebê respeitando sua vontade!

Autora: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

terça-feira, 22 de maio de 2018

CORDÃO UMBILICAL: DEVO ESPERAR PRA CORTAR?


Muito se fala hoje em dia sobre o clampeamento tardio de cordão que nada mais é do que esperar um tempinho para cortar o cordão umbilical.

Abaixo, seguem algumas informações importantes para você que quer entender mais do assunto.

Durante um trabalho de parto, após a expulsão do bebê acontece a saída da placenta.
É de costume cortar o cordão umbilical que liga o bebê à placenta, imediatamente  após o nascimento, ou seja, muitas vezes é feito um procedimento rápido.

O cordão umbilical é composto de duas artérias e uma veia. Sendo assim, tem pulsação mesmo após o nascimento do bebê. Por esse motivo, hoje a recomendação da Organização Mundial da Saúde é que para cortar o cordão este não deve mais ter pulsação.

Enquanto há pulsação, há bombeamento de sangue para o recém-nascido, reduzindo assim o risco de anemia infantil!

Também defende-se que a espera permite uma adaptação mais fisiológica (natural) do recém-nascido à respiração com seus próprios pulmões.

Preconiza-se realizar o corte entre 1 e 3 minutos após o nascimento.

Esse breve atraso é responsável por aumentar as reservas de ferro do bebê em até 50% aos 6 meses de idade nos bebês nascidos a termo (37 a 40 semanas de gestação).

A anemia infantil tem como uma das principais causas a deficiência de ferro, aumentando a mortalidade infantil e causando problemas de desenvolvimento cognitivo, motor e comportamental.

Os órgãos de saúde hoje sugerem que o clampeamento tardio é uma intervenção segura e capaz de aumentar os estoques de ferro nos primeiros seis meses de vida, podendo integrar programas que visem à redução da deficiência de ferro e anemia em lactentes.

Porém essa intervenção ainda é limitada demandando mais estudos na área comprovando seus benefícios e preocupações a respeito da prática.

Autora: Cristina Volcov - Enfermeira Obstetra

terça-feira, 1 de maio de 2018

O SONHO DE SER MÃE


Sempre me imaginei mãe e mãe de uma menina. Lembro que quando me perguntavam o que queria ser quando crescer e qual era meu sonho, eu não pensava nem um segundo e já respondia na hora: ser mãe!

Até que o dia chegou! Era dezembro e meu corpo já estava estranho. Todos ao meu redor me perguntavam se eu estava grávida e eu falava que não, até porque não estava mesmo. Porém, algo me dizia que isso estava bem perto de acontecer. Tudo o que eu pesquisava na internet era sobre gestação e todas as pessoas que encontrava na rua, por coincidência, falavam disso. E eu não estava grávida! rs.

Bom, em janeiro fui passar em consulta médica, pois estava precisando muito de um check up. Minha médica me passou todos os exames possíveis e brincou: "vai que já está grávida, já servem pro pré- natal". E lá estava eu!

Fiquei chocada de felicidade, se é que isso é possível! Liguei para as pessoas que eu considerava muito importantes para mim e só depois de 3 meses oficializei a todos. Tinha certeza que seria mãe da Ana, apesar de saber que poderia ser do André. Meu instinto me dizia  que seria a Ana, que  sempre sonhei.

Até que fiz  o ultrassom e tudo mudou. Estava lá sem dúvidas um meninão lindo, que mexeu com tudo aqui dentro. Muitas dúvidas se seria uma boa mãe, por já não ter o instinto de sentir o sexo do bebê,como muitas mães dizem ter. O medo de não ser tão boa e corajosa, porque sempre falava que queria parto cesárea, por medo de sentir dor. E se eu não tivesse leite o suficiente? Sofria antes do tempo e já me culpava por algo que eu nem tinha feito.

Mas o meu maior desejo Deus permitiu: ser mãe! Viver aquela emoção da bolsa romper, e  aquela correria de filmes e séries de TV.

Acho que ser mãe sempre vai ser isso. Sonhos um pouco frustados e mil emoções ao mesmo tempo.  No final, o que vale é o sorriso e bem estar desses anjinhos chamados Filhos.
Autora: Edeli Tomacheusk

quarta-feira, 25 de abril de 2018

HORA DO PARTO: ENTRE O SONHO E A REALIDADE

Hoje o texto é de uma mamãe muito querida que relatou seu emocionante trabalho de parto. Vale muito a pena ler, espero que gostem!

Engravidei aos 25 anos de meu primeiro filho. Enfim iria realizar meu maior sonho: ser mãe. Assim que descobri a gravidez, meu mundo mudou. Estava com apenas 4 semanas, mas estava ansiosa para comprar roupinhas, os itens para o quarto, saber o sexo e decidir como seria o grande momento, o parto.

Desde que descobri que estava grávida comecei a curtir páginas nas redes sociais que falassem sobre o assunto, pesquisar em diversos meios sobre os tipos de parto, sobre amamentação, etc.

Foi então que descobri o parto humanizado, ou parto adequado. Sabendo que não teria condições de ter um bebê em casa, decidi pelo parto adequado em um hospital que atendesse às minhas necessidades.

Durante os meses que se passaram e quanto mais perto do dia chegava, eu ficava mais animada, mas também mais ansiosa, sem saber como seria.
Com 35 semanas de gestação comecei a sentir dores muito fortes. Doía para sentar, doía para andar e nem sempre melhorava quando me deitava. Decidi ir ao pronto atendimento e descobri que já estava com dilatação e que o bebê estava encaixado. A médica disse que minha gestação não chegaria até 38 semanas e por isso eu deveria fazer repouso.

Fiz o repouso recomendado mas ficava ansiosa por saber que estava ainda mais perto de ver o rostinho do meu bebê. Imaginava se minha bolsa iria estourar ou se apenas entraria em trabalho de parto com as contrações. Na minha cabeça eu estava decidida a sentir todas as dores que o parto pode proporcionar e então, cada vez que começava a sentir contrações já pegava o relógio para marcar os intervalos.

E assim segui para a 36ª semana e depois para a 37ª. Em uma das últimas consultas do pré-natal – entrando na 38ª semana - minha médica sugeriu que eu fizesse caminhadas, alguns exercícios leves e até faxina para que ajudasse naturalmente as contrações entrarem em “ritmo”.

Ao contrário do que a médica havia dito, cheguei às 40 semanas. Exatamente neste dia comecei a sentir muitas contrações fortes a cada 10 minutos. Como eu precisava ir ao hospital realizar a cardiotocografia, decidi ir preparada para qualquer coisa.

Chegando lá fui atendida por uma médica muito simpática e descobri que já estava com 3 cm de dilatação e fui encaminhada à cardiotocografia, para então verificar como ficaria a situação. Porém, nesse meio tempo o plantão do hospital mudou e meu retorno foi com outra médica, que muito grosseiramente me disse que eu não estava de 40 semanas e que minhas contrações não indicavam trabalho de parto, – não sei como ela achou isso tendo em mãos todos os meus exames – e que deveria voltar no hospital em 2 dias para realizar uma nova cardiotocografia. Também disse que caso o bebê não nascesse até as 41 semanas eu deveria realizar uma cesárea. Fiquei inconformada com a atitude da médica e voltei para casa, ainda com dor e contrações.

Foi então que no dia seguinte – 06/10/2015 – comecei a sentir as contrações mais fortes e em intervalos curtos. Comecei a contar eram 12:20 e então percebi que estavam acontecendo a cada 5 minutos. Como não queria ir para o hospital e correr o risco de voltar para casa ou ser submetida a um monte de intervenções, fiquei em casa esperando que o intervalo entre as contrações diminuísse.

Às 15:08 percebi que o intervalo estava a cada 2 minutos e então pedi que meu marido me levasse ao hospital. Chegamos lá muito ansiosos porque o grande dia tinha chegado. Eram 17:40 aproximadamente. Fui encaminhada à cardiotocografia e rapidamente iniciaram minha internação. Subi para a sala de parto (LDR) às 18:50 e fui atendida por uma equipe muito atenciosa. Estava decidida a não tomar anestesia, não receber hormônios, amamentar na primeira hora, etc.

Porém, perto das 20:00 as dores estavam realmente muito fortes e ainda estava com apenas 3 cm. Fui para a banheira para ver se ajudava e às 20:40 já estava com 6 para 7 cm. Não aguentei e me entreguei à analgesia. Às 21:00 estava anestesiada e aliviada por poder poupar forças para o momento do nascimento. Infelizmente, nem tudo ocorre como sempre sonhamos. Alguns minutos após a analgesia fui conectada à cardiotocografia novamente e então o médico percebeu uma queda nos batimentos cardíacos do meu bebê a cada contração. Como havia passado um certo tempo e ele não recuperava os batimentos, o médico disse que seria necessário o rompimento da bolsa. Estava com 8 cm e então veio a grande surpresa: meu bebê não havia descido totalmente e o líquido estava cheio de mecônio (3 +++ em 4). O protocolo do hospital era realizar uma cesárea de emergência e naquela altura do campeonato eu não arriscaria a vida do meu bebê, que poderia aspirar esse mecônio na passagem do canal de parto.

Fui encaminhada à sala de cirurgia às 21h40, estava nervosa, ansiosa e sim, morrendo de medo. Porém, meu marido, com todo seu amor e atenção, ficou ao meu lado, me tranquilizando, dizendo que tudo ia ficar bem. Às 22:08 nasceu meu pequeno príncipe, com 3,385kg e 48,5cm. Escutei seu chorinho e logo colocaram ele ao meu lado. Não pude pegá-lo como gostaria e tão pouco amamentá-lo, pois havia engolido muito mecônio e foi submetido à uma lavagem estomacal.

Nada foi como sonhado, nada foi como planejado. O fato é que às vezes tudo muda e precisamos estar abertas para essa mudança. Não valia a pena arriscar a vida do meu bebê. Durante os 3 dias que ficamos na maternidade ele vomitou mecônio e sangue por diversas vezes. Fico pensando, se isso já me tirou a paz, imaginem se ele tivesse aspirado o mecônio? Como seria se ele tivesse ficado na UTI porque eu não queria abrir mão do meu “sonho” de parto adequado?

Não é fácil ser submetida aquilo que você não desejaria, mas durante a gravidez é necessário colocar na balança todas as coisas. Pensar em tudo o que pode acontecer para não se frustrar caso não ocorra como você sonhou.

Pense bem, faça suas escolhas, mas esteja aberta para mudanças de última hora.
Autora: Elisa P. Domingues - Pedagoga, Especialista em Alfabetização e Letramento na infância.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

UM CAMINHO ATÉ SER MÃE

É engraçado.
Eu lembro de, nas minhas memórias mais antigas, brincar de ser mamãe. Sempre com alguma boneca, trocando roupas e me orgulhando de ter utensílios como mamadeira e fralda de pano.
Me sentia pronta e com o aparato necessário para cuidar daquela criança imaginária.
Fui crescendo  e, aos poucos, me dei conta que ter filho era algo sério. Que exigia tanto esforço quanto responsabilidade.
Decidi pensar melhor se queria.
Enquanto ia pensando... na adolescência me sentia cada vez menos atraída por bebês. Pareciam tão frágeis que me sentia incapaz de cuidar ou proteger.

Curiosamente há três anos atrás comecei a trabalhar em uma escola e precisei “driblar” o medo e enfrentar aqueles pequenos gigantes que conseguiam me intimidar com apenas um olhar. Passei um ano intenso aprendendo mais sobre bebês de 1 ano até crianças de 6.
Nesse período, sem planejar, engravidei. Inicialmente foi um susto...misturado com aquele sentimento de “será que consigo?”.
Não tinha muita noção de como planejar ou me preparar para, finalmente, ser mãe do meu bebê real. E é verdade quando nos alertam que não há receita. Você pode estudar...ler muitos livros...se informar sobre os riscos para evitá-los. Mas nada prepara para a emoção. Nada prepara para o amor. Nada prepara para a dor.

O Bento nasceu saudável gordinho e muito amado. Quando olho pra ele hoje parece que a experiência na escola estava me introduzindo para uma vida que seria muito mais intensa e desafiadora. E quando falo de desafios...não estou falando sobre as noites mal dormidas ou as muitas roupas que – de repente – lotam sua máquina.

Os desafios são internos. Nos detalhes que mudam a nossa rotina. No desapego com nosso eu. Nas crises solitárias onde pensamos “será que estou acertando?”. No esforço para manter a calma e sorrir. No choro solitário no banho. No redescobrir o corpo e entender que já não somos mais as mesmas. Na vontade de abraçar mesmo quando sabemos que os filhos erraram. Nos mimos que ‘fingimos’ não fazer. Nos pensamentos de ‘arrependimento’ que juramos não ter.

Meu caminho como mãe tem sido de constante reflexão. Sempre pensei muito sobre tudo. Sempre fui aquela pessoa ‘encanada’. Que gosta e quer entender o que sente, quer entender o outro, quer entender porque tudo acontece como acontece.
Mas se tem algo que não temos o controle é “sobre nossos filhos”. Mesmo pequeninos já demonstram características de personalidade. Já tem preferências com alimentos. São calorentos ou friorentos. São calmos ou mais agitados. E conforme vamos entendendo isso, nos moldamos e ajustamos a eles. E isso acontece sem que percebamos.

Aos poucos eles, que são um pouco de nós, nos transformam em um pouquinho deles. E é nesse ponto, quando vemos a ingenuidade e como a vida pode, e deve, ser simples, que a mágica acontece.

As dores somem, o medo também. De repente estamos completas.
A maternidade não é sobre ser sempre feliz e realizada. É sobre, ainda que imperfeita e com tanto para aprender , conseguir preencher um ser humano de amor. E para amar não é preciso ser perfeita.

Basta amar! 

 Autora: Marcela Torres Monteiro Mazzoni

segunda-feira, 16 de abril de 2018

RELATO DE PARTO DOMICILIAR


Antes mesmo de nos casarmos já vinha o assunto e a vontade de ter filhos. Sempre pensávamos em ter uma família grande. Engravidamos do primeiro filho meses depois e ai começou a procura pelos tipos de partos e sobre os médicos. Queria um parto normal, mas não sabia que havia diferença entre o normal e natural.

Meses se passaram e encontramos um grupo de apoio a casais gestastes e lá começou a descoberta de um novo mundo. O mundo do parto domiciliar.

Estudamos, pesquisamos, nos orientamos e decidimos que teríamos o nosso filho em casa, com uma parteira e com uma equipe de pediatra neonatal e doula.
Assim foi. Um lindo parto domiciliar aconteceu e um lindo menino nasceu.

Passaram dois anos e queríamos aumentar a família novamente. Sim, estávamos grávidos e o nosso segundo filho  também nasceu de um lindo e planejado parto domiciliar.

Como sempre desejamos ter uma família grande, planejamos o nosso terceirinho  e também seria um parto domiciliar, mas não queríamos saber o sexo do bebe. Dessa vez seria um parto de um bebe surpresa. Acertamos tudo com a nossa equipe e lá fomos nós para mais um parto domiciliar. Já estava com 40 semanas de gestação e nada da Valentina ou Vicente querer vir ao mundo. Cada dia era uma ansiedade, pois o tempo corria e eu não queria fazer uma cesárea desnecessária.

No domingo de madrugada o meu tampão saiu, mas como estavam tranquilas as contrações, consegui voltar a dormir. Dormi ate umas 6 horas da manhã, quando as dores ficaram mais intensas e resolvi ligar para a equipe. A equipe chegou por volta das 7:30hrs da manhã e aí começou todo um processo: ficar no chuveiro, na bola de pilates, tomar chá, receber massagens nas costas...etc Tudo para relaxar. 

As 10:30 o Vicente resolveu nascer. Foi um parto rápido, lindo e ele nasceu empelicado (dentro da bolsa). Veio direto para o meu colo, onde eu pude amamentar e só cortaram o cordão umbilical, depois que parou de pulsar.

E assim a nossa família se completou. Tomás, Caio e Vicente chegaram ao mundo em lindos partos domiciliares, bem assistidos e muito respeitados.

Um parto com amor e respeito, é o mínimo que toda mulher e bebê merecem. Independente do tipo de parto (domiciliar ou hospitalar),  um nascimento  é algo sagrado.

Autora: Carol Milan